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04 Março, 2022

Agronegócio 4.0

É fato que a tecnologia chegou para ficar. A pandemia da Covid-19 escancarou que o mundo digital está integrado com as nossas vidas, e a adaptação das nossas rotinas e afazeres para o ambiente online foi apenas um dos vários usos de tecnologia no dia a dia. Também os mais variados setores econômicos têm incorporado meios tecnológicos nas suas atividades, como é o caso do agronegócio 4.0, que vem para levar a modernização à produção agropecuária. Tanto os resultados quanto os próximos passos são monitorados com base em dados coletados nas operações, possibilitando redução de desperdícios e aumento de produtividade no campo.

A ideia do “4.0” se relaciona à Quarta Revolução Industrial, que é o momento de intensas transformações tecnológicas que vivemos hoje. É um período caracterizado pelo desenvolvimento de invenções e mecanismos que alteram substancialmente a forma de ver e lidar com o mundo. Foi o que ocorreu com a invenção da máquina a vapor, com a difusão da energia elétrica, descobrimento do petróleo, criação de carros, aviões, telefones. A quarta revolução industrial, neste caso, é marcada pela implementação de processos de automatização, inteligência artificial, Neste sentido, o Agronegócio 4.0 é um movimento que ocorre em virtude da necessidade de acompanhar as demandas e mudanças que o mundo vem enfrentando: o relatório do World Government Summit prevê que deve haver um aumento de 70% na produção de alimentos até 2050, em virtude de um crescimento da população chegando à marca de 9 bilhões de pessoas. Enquanto isso, o mesmo documento indica que mais de 40% das terras cultiváveis estão comprometidas, graças à poluição e ao aumento das áreas urbanas. Assim, o desenvolvimento tecnológico no campo envolve o desenvolvimento de automatização das etapas e operações presentes no agronegócio, que não excluem o trabalho humano, mas torna o processo como um todo mais eficiente: possibilita mais resultados utilizando uma quantidade menor de recursos.

Há uma série de aparelhos (inclusive drones), aplicativos, softwares e sistemas capazes de captar e interpretar dados para aplica-los à produção agropecuária. Há uma atuação intensa em pesquisas, indústrias, fazendas e empresas para encontrar as melhores tecnologias para implementar a revolução também no campo. Dentre as mudanças que já estão em um estágio maturado estão os sistemas de monitoramento, os quais apresentam informações sobre os recursos necessários à produção das fazendas, e outros que auxiliam na sua gestão. Também existem plataformas para tomada de decisão, que através dos dados coletados operam fazendo predições e sugerindo ações a serem tomadas. Foram desenvolvidas, ainda plataformas de gestão financeira e marketplace, cuja função é facilitar o controle das finanças e a compra e venda de insumos e commodities de forma online, o que diminui a distância e favorece a comunicação entre produtores e seus clientes e fornecedores.

Já entre as vantagens da implementação de tecnologia há a possibilidade, por exemplo, de que o produtor possa acompanhar toda a distribuição de um insumo, possibilitando o rastreio de um lote caso seja identificado algum problema ou contaminação. Informações a respeito do controle de pragas, qualidade do solo e variação climática também são variáveis que facilmente podem estar à mão do produtor.

Naturalmente, para que essas mudanças sejam efetivamente implementadas deve haver um investimento em infraestrutura e capacitação no campo, aliada a outras medidas de distribuição de recursos. O uso de soluções tecnológicas é extremamente vantajoso aos agentes envolvidos na produção – e, em última instância, também ao consumidor.

Bibliografia

Agronegócio 4.0: qual é o futuro da produção no campo? Canal Agro, Jornal Estadão, 2021. Disponível em: <https://summitagro.estadao.com.br/tendencias-e-tecnologia/agronegocio-4-0-qual-e-o-futuro-da-producao-no-campo/>, acesso em 14.02.2022.

Orbia.


Dal Maso Advogados

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